Nascido em um corpo
Quando nasci, tinha um corpo.
Era branco, macio e macio, e estava cheio de todas as coisas de que eu precisava para sobreviver. De forma muito inteligente, forneceu todas as funções necessárias para que eu continuasse crescendo e me desenvolvendo fora do conforto do ventre de minha mãe. Quando precisava de algo, me sinalizava para avisar meus cuidadores: Ei, mãe !! Estou com fome - alimente-me! Estou com dor - me abrace! Estou sujo - limpe-me! Conforme fui crescendo, aprendi a saciar essas necessidades e desejos por mim mesma.
O que meu corpo não sabia quando nasceu, era que não tinha a forma 'certa'. Não era do tamanho 'certo'. Não era a cor 'certa'. Que embora funcionasse de maneira bonita, saudável e prática, esteticamente não se conformava com o ideal de beleza, adotado por aqueles que me criaram e pela sociedade em que viviam.
Eu não era magro o suficiente. Eu não era bonita o suficiente. Minha pele era muito clara, meu cabelo muito vermelho. Eu era muito alto, muito redondo e meus seios muito grandes.